[Cutaneous larva migrans].

Descreve-se o caso de mulher com 41 anos, saudável, com dermatose bilateral, pruriginosa, com uma semana de evolução, localizada ao abdómen, região inguinal e coxas, caracterizada por pápulas e placas eritematosas, em trajectos serpinginosos e algumas vesiculo-pústulas. As queixas iniciaram-se dois dias depois de ter regressado de férias do Brasil. Tendo em conta a clínica e epidemiologia, admitiu-se o diagnóstico de larva migrans cutânea, sendo medicada com albendazol 400 mg/dia durante três dias, constatando-se resolução completa do quadro. A larva migrans cutânea predomina em países tropicais e subtropicais e é provocada pela invasão e migração epidérmica de larvas nematódes existentes em solos contaminados, principalmente o Ancylostoma braziliense.1-3 Apesar da possibilidade de regressão espontânea, a presença de sintomatologia, duração prolongada e possibilidade de complicações, indicam necessidade de terapêutica.4 O albendazol 400-800 mg/dia, três a cinco dias ou ivermectina 200 μg/Kg em dose única são as terapêuticas mais utilizadas.2,5